Ações do governo Trump devem encarecer carros elétricos nos EUA

Recentes medidas do governo federal dos Estados Unidos devem resultar no encarecimento de carros elétricos e na desaceleração do ritmo de adoção desse tipo de veículo no país. De acordo com relatório da consultoria Wood Mackenzie, mudanças de políticas promovidas pelo presidente Donald Trump trarão diversos impactos para o setor, incluindo subsídios para consumidores, investimentos em postos de recarga e tarifas em componentes importados.

“As medidas podem ter impactos significativos no mercado de eletromobilidade dos EUA, especialmente se essa gestão remover os créditos tributários para a aquisição de veículos elétricos para consumidores e organizações”, disse o analista da Wood Mackenzie, Max Reid.

Outros movimentos podem incluir o relaxamento de normas ambientais referentes a emissões veiculares, que exigiam participação de 70% de carros elétricos na frota do país até 2032, e a remoção da autonomia do estado da Califórnia em estabelecer suas próprias normas de emissões, o que impactaria 30% do mercado de veículos elétricos leves.

“O estabelecimento dessas medidas pode reduzir a adoção de carros elétricos de 32% para 23% até 2030. Enquanto a extensão dos cortes de subsídios e detalhes de novas normas de emissões ainda não são claros, esperamos que a trajetória de vendas de veículos eletrificados seja mais lenta do que o previsto anteriormente”, assinalou Reid.

Postos de recarga e baterias

A administração Trump exigiu uma pausa de 90 dias para rever programas federais voltados a infraestrutura de recarga de carros elétricos. Cerca de US$ 3,2 bilhões foram direcionados aos estados, mas apenas US$ 600 milhões foram concedidos em contratos para cerca de 4,5 mil eletropostos.

Os contratos já firmados não devem ser afetados, mas, conforme indicado, o valor representa apenas 19% do volume total e muitos estados temem pelo futuro desses programas. A Wood Mackenzie ainda prevê que a redução de créditos para o consumidor deve prejudicar a demanda por baterias e reduzir o volume de instalações renováveis.

Atualmente, os EUA dependem da China para a maior parcela de matérias-primas para a produção de baterias. Uma tarifa de importação de 60% sobre produtos chineses elevaria o preço das células de baterias em 29%, consequentemente, encarecendo os carros elétricos. Além disso, tarifas para importações do Canadá trariam impactos nos preços de minerais, como o níquel.

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